Beatles, Pink Floyd e The Who: Os musicais psicodélicos dos anos 60, 70 e 80

Beatles, Pink Floyd e The Who: Os musicais psicodélicos dos anos 60, 70 e 80

O rock surgiu na década de 1950 e desde então teve influência direta na moda e nos costumes da juventude. Estrelas como Chucky Berry e Elvis Presley, desde os primórdios do estilo musical, reverberaram no vestuário e no comportamento de gerações inteiras.

Assim, os empresários por trás das suas carreiras perceberam que o cinema seria um veículo interessante para divulgar ainda mais os seus trabalhos. Então, ainda na década de nascimento do estilo, Elvis tomou de assalto as telonas, chegando a estrelar mais de 30 longa-metragens.

Elvis em Feitiço Havaiano
Elvis em Feitiço Havaino, filme mais rentável de sua carreira. (Foto: Reprodução)

Entretanto, se o objetivo das gravadoras era apenas alavancar as vendas do Rei do Rock, transformando-o em um produto de amplo consumo, as bandas que decidiram fazer incursões pela Sétima Arte nas décadas de 1960 e 1970 queriam ir além.

Embora as coisas não tenham começado exatamente dessa forma, com o passar dos anos os filmes estrelados por rockstars foram conquistando o status de arte e, hoje, figuram em diversas listas de críticos especializados, ressaltando que a sua qualidade foi devidamente reconhecida.

Quando se fala dos Beatles, é possível destacar que a sua primeira aventura pelo cinema foi Os Reis do Ié Ié Ié (A Hard Day’s Night, no original). Lançado em 1964, o filme contava com uma premissa simples e acompanhava o quarteto de Liverpool durante um dia na sua vida.

Os Beatles em A Hard Days Night
Os Beatles em A Hard Days Night. (Foto: Reprodução)

O sucesso foi tanto que outras empreitadas vieram até chegar à animação Submarino Amarelo (Yellow Submarine, no original), de 1968. Incorporando na obra um tom mais adulto e lisérgico, os Beatles mostraram que queriam e podiam mais em termos cinematográficos.

De certa forma, Submarino Amarelo adota um estilo que poderia ter saído de um romance de Lewis Carrol, autor de Alice no País das Maravilhas. Assim, o filme é colorido, aventuresco e surreal. É como assistir ao produto do inconsciente dos quatro músicos sendo embalado pelas suas próprias canções.

O traço da animação, bastante difuso e infantilizado, reforça essa impressão e deixa claro o legado de psicodelia que os Beatles deixaram para as gerações seguintes de rockstars, especialmente para a década de 1970.

O decênio em questão foi o berço das óperas rock. Esse estilo de cinema foi bastante marcado pela presença de astros da música, embora não seja exclusivamente composto por “filmes de banda”, como muitas pessoas pensam. A título de ilustração e comprovação, é possível citar Jesus Cristo Superstar (Jesus Christ Superstar, no original), de 1973.

Jesus Cristo Superstar
Jesus Cristo Superstar.(Foto: Reprodução)

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Quando se pensa sobre o contexto sociohistorico, é possível ressaltar que os Estados Unidos vivenciavam o auge da Guerra do Vietnã. A insatisfação juvenil com o conflito tomou as ruas através do movimento hippie, que pregava a paz e o amor.

Essa oposição à guerra se faz presente em Tommy (Tommy, no original), de 1975, filme dirigido por Ken Russell e baseado no álbum homônimo do The Who, lançado seis anos antes.

Roger Daltry em Tommy
Roger Daltry em Tommy (Foto: reprodução)

Até os dias de hoje o longa segue relevante e serviu de inspiração para bandas como o Green Day, que levou aos palcos da Broadway um musical inspirado no disco American Idiot e recebeu a aclamação da crítica e do público.

Em linhas gerais, a história segue o personagem título (interpretado por Roger Daltry), um rapaz descrito como cego, surdo e burro por razões psicossomáticas. Se assemelhando bastante a um sonho, Tommy explora a ausência de sentidos do protagonista para aguçar o de quem assiste através de sequências psicodélicas e dignas de um pesadelo.

Essa veia surrealista, sem dúvidas, ecoou em The Wall (The Wall, no original), de 1982. O “filme do Pink Floyd” foi dirigido por Alan Parker e mistura animação, lisergia e guerra em uma ópera rock que fala sobre trauma, isolamento e memória.

Através da figura de um rockstar que sofre uma overdose e relembra o seu passado, The Wall toca em temas sociais na medida em que discute a ascensão do fascismo e a corrida armamentista dos anos 80. Além disso, devido à sua riqueza de detalhes, o longa consegue fazer referência a clássicos do cinema mundial como Cidadão Kane.

Cena clássica de The Wall
Cena clássica de The Wall (Foto: Reprodução)

Devido aos fatos destacados, é possível perceber com clareza toda a influência que os filmes estrelados por bandas, especialmente as óperas rock, tiveram na música e no cinema como um todo. Se atualmente artistas mais voltados para o pop, como Beyoncé, lançam álbuns visuais e conseguem vê-los alçados ao status de filmes, isso começou com os exemplos destacados.

Eles foram os responsáveis por mostrar que estrelas da música podiam, muito mais do que lucrar com as suas imagens através de tais produtos, transmitir mensagens contundentes e que dialogassem com a sociedade em um nível profundo. Portanto, merecem ser rememorados e redescobertos pelas gerações atuais.

Nayara Guimarães

Nayara, 29 anos. Escrever se tornou para mim uma forma de expressar meus sentimentos em relação às paixões que cultivei ao longo da vida, entre elas: séries, filmes e música. Algo que se mantém até hoje e me motiva a buscar pelos meus sonhos e desejos.

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